São Empresas Familiares aquelas em que uma Família detém o controlo e que pode nomear a gestão e alguns dos seus membros participam e/ou trabalham na empresa.
Embora não existam estatísticas precisas, estima-se que mais de 70% de todas as empresas tenham uma estrutura e propriedade familiar. São o responsáveis por 65% dos empregos, e por mais de 50% da contribuição do sector privado para o PIB nacional.
Este é o panorama do nosso tecido empresarial!
Independentemente de serem grandes multinacionais, médias ou pequenos negócios tradicionais, as empresas familiares diferem das não familiares em vários aspetos.
A saber:
1 – as empresas familiares tendem a preocupar-se mais com o seus futuro, assumindo uma orientação de longo prazo, e dão prioridade ao conjunto de interesses da família, não sendo o lucro a prioridade principal.
2 – as empresas familiares dão um peso maior aos aspectos não financeiros que atendem às necessidades afetivas da família.
3 – as empresas familiares possuem uma maior preocupação com as questões relacionadas com riqueza sócio emocional. As diversas necessidades emocionais da família proprietária, e que inclui, entre outros, o desejo de manter o controlo do negócio e estendê-lo às gerações futuras.
4 – as empresas familiares preocupam-se com a manutenção dos laços sociais em torno da empresa e / ou a melhoria da sua reputação e do bem-estar da família.
5 – as empresas familiares têm, pelo apresentado, um conjunto de atributos que lhes permite assumirem um papel central no desenvolvimento socioeconómico das comunidades onde se inserem.
6 – as empresas familiares têm, em regra, a capacidade de receber novos colaboradores de um modo mais afectivo. Mas, como tudo, existe a outra face da moeda. Alguns sinais que evidenciam a necessidade de uma consultora de gestão, sobretudo em empresas familiares e que a evidência dos 5 pontos citados são mais evidentes.
A liderança pode não ser eficaz
O líder independente deve ser capaz de conduzir a sua equipa a obter bons e consistentes resultados. Deve ter a capacidade e a possibilidade para recrutar bons profissionais e treiná-los. Até que ponto uma empresa familiar tem sempre esta abertura?
Resultados
Uma empresa familiar pode descurar das mais novas técnicas de gestão e de apuramento de resultados em virtude de não querer mudar o que foi herdado e que funcionava bem.
Alguns casos clássicos:
- Desconhece ou não valoriza a competência;
- Paga dividendos conforme às necessidades dos sócios e não com os resultados obtidos;
- As pequenas despesas são pagas em dinheiro e sem documentos.
Problemas familiares prejudicam o dia a dia
É comum o empresário ser o gestor e pai ou mãe da família. Em muitos casos ambos estão na gestão da empresa e tomam, entre si, todas as decisões. Decisões estratégicas ou correntes.
Este parentesco pode levar a que os filhos ou sobrinhos sejam contratados e colocados em áreas de responsabilidade sem terem apanhado o elevador da experiência e que os levaria a serem merecedores de responsabilidades maiores pela competência.
O facto da tomada de decisão ter um cunho muito familiar pode fazer com a lucidez, rigor e a competência não sejam os pilares da decisão.
Problemas recorrentes
Em virtude dos laços familiares a boa tomada de decisão pode não ser tomada na altura correcta ou mesmo não ser tomada. As boas e consistentes decisões, tão necessárias a uma boa gestão, pode fazer com que o gestor, mesmo com capacidade, seja levado a adiá-las. Este facto pode levar a que a gestão e esteja permanentemente a apagar fogos.
Falta planeamento e estratégia
O empreendedor muitas vezes conhece as manhas e artimanhas do negócio, mas o seu estilo de gestão, muitos vezes baseado na familiaridade, no instinto (que é sempre necessário ter apurado) e nas velhas praticas, leva-o a ter uma gestão focada no dia-a-dia, sem planeamento e sem estratégia.
Neste vaivém de prós e contras das empresas familiares, existe uma peculiaridade: a grande oportunidade de ter alguém familiarmente próximo, mas não sendo da família, que os vai ensinar e os ajudar nas decisões.
Podemos afirmar que sucessões sólidas e bem planeadas podem ser o meio para que perpetuar as organizações e perpetuar o legado. Mais que um bom storytelling, um bom legado é algo que não pode ser derrubado.