“Nunca deixe de aprender porque a vida nunca deixa de ensinar.”
Autor Anónimo
Nada como começarmos com uma história…
“Era uma vez um rato que se passeava por uma qualquer cozinha. Saboreava queijos, doces e muitas iguarias que por lá estavam guardadas. Eis que, de repente, aparece um gato. Mal o rato percebe a presença deste felino, foge e esconde-se num buraco de um dos armários.
O rato descansou. Aqui estou seguro. Mais descansado ficou quando ouviu um cão a ladrar.
Pensou para ele: o gato vai ter medo do cão e vai fugir. Espero assim mais um pouco e saio. E assim fez. Saiu confiante e logo foi apanhado pelo gato. Surpreso, pediu um último desejo em vida ao gato.
– Oh gato, diga-me lá. Eu ouvi um cão a ladrar e percebi, erradamente, que podia sair em segurança. O que é que aconteceu? Porque não fugiste? Não tens medo de cães?
– Oh rato, não foi um cão que ladrou. Fui eu. Sabes, nos tempos de hoje temos que falar, pelo menos, dois idiomas. “
Com esta fábula retomamos o assunto do Aprender.
Actualmente existe muita informação / formação para quem quer aprender. Ao que acrescento que muitos profissionais usam os medias sociais e eventos para partilhar esse seu conhecimento.
Mas vamos agora falar de pessoas e de empresas (claro que, quando se fala de empresas, fala-se também de pessoas). Nós, Indivíduos, procuramos constantemente (e de forma preguiçosa) o que nos é familiar. Gostamos de nos relacionar com o que nos traz conforto emocional, espacial e mental. Alguns exemplos: vamos para o trabalho sempre pelo mesmo caminho, lemos sempre o mesmo jornal ou tomamos o café invariavelmente no mesmo local.
Naturalmente, de forma consciente ou não, aproximamo-nos de pessoas que nos são semelhantes, que possuem a mesma visão, gostos, hobbies e cuja forma de lidar com os problemas e adversidades está em sintonia com a nossa.
Há algumas razões. Uma delas é porque a incerteza e o desconforto do que não nos é igual ou semelhante, por muito reduzida que seja a diferença, nunca nos será completamente confortável, mesmo para aqueles que querem aprender, evoluir e crescer. Poucos são aqueles que querem e que conseguem ser disruptivos.
Por isso procuramos para nos relacionarmos pessoas cuja partilha de valores e crenças é semelhante à nossa. É por isso que quando pensamos em sócios, parceiros ou aliados, idealizamo-los com a nossa “receita” de fazer as coisas.
Esta é uma das falhas de muitas das empresas que nascem e de muitas equipas que se constituem. Todos são parecidos no modo de fazer projectos e de resolver problemas. Veja uma empresa só de engenheiros. Perde a habilidade de fazer vendas simples. Uma empresa só de vendedores pode ficar sem a capacidade de resolver problemas mais profundos.
Mas há alguns hábitos que pode começar a interiorizar para que reforce as suas competências no processo de aprender.
0 – A aprendizagem permanente não é uma responsabilidade exclusiva da Organização para a qual trabalha. Deve ser intrínseca a si próprio. Veja que muitas vezes a sugestão de melhorias em qualquer processo empresarial nasce de quem desempenha a tarefa, sem a necessidade de consultores externos ou de directivas superiores. Dai a necessidade de apostar na formação dos seus colaboradores e na sua.
1 – Frequente palestras, inscreva-se em fóruns, conheça novas pessoas fora do seu círculo social e profissional habitual. Pergunte o que leem, onde pode aprender, como se deve comportar perante uma determinada situação, o que deve dizer…
Muitos dos melhores profissionais em qualquer sector gostam de partilhar o seu conhecimento, as suas experiências … de ajudar a quem lhe pede ajuda.
2 – Concentre-se em adquirir novas competências. Existem inúmeras formações na Internet, muitas delas gratuitas. Para o ajudar a definir um caminho veja o que os líderes da sua indústria falam e escrevem. Procure também no LinkedIn estas dados e cruze estas duas informações.
As competências a adquirir de tecnologias emergentes podem ser um caminho para o seu próximo aprendizado. Muitas deles vão ser o futuro, se não são já o presente.
3 – Está muito em voga o e-learning. Para além das vantagens óbvias que existem nestes cursos, o estar a aprender, existem algumas desvantagens sobre o ensino “mais tradicional”, a aprndizagem ao vivo.
Quando interagimos com terceiros a nossa capacidade de aprender e crescer é facilitada. Procure cursos, mesmo online, em que existe interacção com o professor e com colegas. Tente frequentá-los com alguém com quem tenha um contacto próximo, digamos que síncrono.
A troca de ideias e de partilha de dúvidas que terá com este colega “síncrono” só irá enriquecer a sua / vossa aprendizagem. O facto de explicar o que o outro não percebe e de lhe explicarem o que não percebe, fará com que ambos aprendam mais e melhor.
4 – Aplique o mais depressa possível o que está a aprender. Estudos mostram que a aplicação rápida do que aprendeu é crucial para o sucesso da mesma.
A nova aprendizagem fica memorizada com a acção prática. Se aprendeu a fazer websites, faça o seu. Sobretudo, tente encontrar oportunidades e espaço para colocar em prática o que aprendeu.
Um exemplo simples de como a prática é diferente da teoria: leia um texto para si num qualquer idioma que fale, mas não domine. Leia o mesmo texto em voz alta…verá que irá tropeçar quando vocaliza algumas palavras.
O facto de procurar ter uma aprendizagem permanente fará com que fique melhor preparado para os desafios presentes e futuros. Num passado não muito distante falava-se de um trabalho para a vida. Hoje já não é assim. Não é assim no trabalho, de como desempenhava as funções, nas tecnologias que estavam envolvidas….
O mercado, seja ele qual for, é altamente competitivo e requer profissionais cada vez mais competentes e qualificados. Quanto mais habilitado for um profissional, mais bem-visto e oportunidades terá.
Aristóteles disse: “a alegria que se tem em pensar e aprender faz-nos pensar e aprender ainda mais”.