“Bem feito é melhor do que bem explicado”, Benjamin Franklin

A mudança constante não é para as consultoras apenas uma variável a ser tomada em linha de conta. Por exemplo, a transição digital, uma das apostas fortes do PRR, é um desafio “velho” que se renova todos os dias.

Acrescentamos também que o panorama entre as empresas de consultadoria de Incentivos é cada vez mais exigente e concorrencial. E se esta afirmação é válida para estas, é também uma verdade para as empresas de todos os sectores.  Existe assim a necessidade, cada vez mais premente, das empresas focarem-se no seu core business.

As empresas e os empresários portugueses têm ao seu dispor nos próximos 6 anos um conjunto de apoios, PT2030 e  PRR  (entre outros),  que visam apoiar e fomentar o investimento através da atribuição de fundos comunitários e nacionais.

A atribuição destes fundos carece da apresentação prévia de uma candidatura que deve ser cuidadosamente planeada, de forma a ser possível atingir o sucesso da mesma.

Através do acordo de parceria estabelecido entre Portugal e a Comunidade Europeia, designado de Portugal 2030 e PRR, as empresas portuguesas podem beneficiar de fundos directamente relacionados com as seguintes áreas de intervenção: Competitividade e Internacionalização; Inclusão Social e Emprego; Capital Humano e Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos.

Os Incentivos acima referidos são aliciantes para as empresas, mas, como tudo, não chega só apresentar uma boa ideia de negócio. É imprescindível apresentar uma candidatura de incentivos cuidadosamente planeada.

Desta forma, apresentamos alguns erros a não cometer durante o processo de planeamento e preparação da sua candidatura de incentivos.

NÃO PLANEAR

A existência de um planeamento cuidado da candidatura de incentivos a apresentar.

Para ter sucesso em qualquer área ou projecto em que esteja envolvido, a organização e a criação de um plano de trabalhos é fundamental.

O promotor deve olhar com atenção para o seu negócio, analisar e reflectir sobre o que é necessário melhorar e de que forma pode a Empresa evoluir e, até mesmo, expandir-se. A definição de objectivos que sejam claros, precisos, mensuráveis e ambiciosos é fundamental nesta fase.

NÃO PROCURAR AJUDA ESPECIALIZADA

A contratação de um consultor especializado na preparação e realização de uma candidatura de incentivos irá revelar-se como uma mais-valia. Os consultores externos ajudam na análise de impacto das ideias de investimento, na identificação correcta dos recursos a alocar, na explicação das regras e no cumprimento das exigentes obrigações que são requeridas.

Os consultores especializados além de ajudarem a identificar as oportunidades de mercado, inovação e crescimento realizam uma pré-análise de viabilidade aos eu projecto, identificam as linhas de apoio mais adequadas e definem uma estratégia que permita maximizar os resultados.

Experiência em candidaturas para os programas alvo, senioridade das equipas, confiança induzida no primeiro contacto, são naturalmente factores importantes para a selecção dos Consultores.

RISCO REDUZIDO

Ao entregar o projecto a uma equipa externa, será possível reduzir os riscos associados à mesma. Em caso de insucesso da candidatura e inviabilização do projecto, a subcontratação possibilita à empresa não ter de manter uma equipa que pode ter sido contratada para esta candidatura.

COMPETÊNCIA E EXPERIÊNCIA DOS CONSULTORES E PARCERIA COM O CLIENTE

O nível de experiência dos consultores externos com o tipo de projecto a realizar permite o seu desenvolvimento de uma forma mais objectiva e aproximada aos resultados que se pretende alcançar.  As equipas internas têm todo o know-how do negócio como um todo e , eventualmente, do investimento estratégico que se pretende efectuar, mas devem estar focadas no dia-a-dia da  Empresa.

Apesar do nível de especialização da equipa de consultores contratar, estes não conhecem a fundo a Empresa.

Assim, exige-se um trabalho de equipa entre os consultores externos e a Empresa. Esta simbiose é um dos pontos fulcrais para o sucesso de cada projecto

NÃO DEFINIR CORRECTAMENTE OS INVESTIMENTOS A REALIZAR

Um dos primeiros passos, talvez o mais importante, reside na definição dos investimentos a realizar (levantamento de necessidades) bem como na definição do espaço temporal em que os mesmos serão realizados.

Comece por definir bem em que consiste o seu projecto e que despesas são requeridas para desenvolver o mesmo, criando o seu quadro de investimentos, ainda que no início possa apenas ser um rascunho.

Porque é que a parte do projecto vem primeiro? Porque se esta não estiver bem definida e não tiver uma ideia clara do que se quer, não faz sentido avançar para uma candidatura de incentivos.

A definição dos investimentos a realizar e a obtenção dos respectivos orçamentos irá evitar derrapagens no que diz respeito à execução do plano apresentado em sede de candidatura de incentivos.

Convém reter que não chega só apresentar um bom projecto. Mais do que ter uma candidatura aprovada, o sucesso pode estar na sua execução e o investimento tem que ser estratégico desde o primeiro momento.

É fundamental efectuar a validação dos investimentos, recolher toda a documentação necessária  e que seja assegurado um apoio permanente no que diz respeito à gestão técnica, administrativa e financeira do investimento a realizar.

NÃO ELABORAR UM BUSINESS PLAN PRÉVIO

Precedente à elaboração de uma candidatura de incentivos deve apresentar-se um Business Plan.

Antes de iniciar qualquer acção concreta, o promotor deverá realizar uma reflexão teórica acerca de diversos aspectos de concepção, implementação e operacionalização dos trabalhos a realizar, bem como é fundamental que a estratégia a implementar resulte de um planeamento e análise rigoroso das áreas de oportunidade, pontos fortes e pontos fracos específicos do mercado e da oferta de soluções e serviços existente, definindo de forma coerente e realista os objectivos e métricas a atingir para garantir o sucesso do projecto.

Os planos de negócios são, assim, essenciais para a estruturação da estratégia da empresa de forma a sustentar e optimizar os investimentos a realizar.

NÃO REALIZAR UMA ANÁLISE DE MERCADO

A realização de uma análise exaustiva ao mercado onde se irá inserir a operação a realizar na Empresa é fundamental.

Esta é a base que dará segurança na hora de definir os fornecedores, clientes-alvo, mercados a actuar bem como munir-se de vantagens competitivas face à concorrência instalada.

Uma análise rigorosa do meio social, económico, político, legal e tecnológico é a base para a implementação de uma estratégia de sucesso.

Através da realização de uma cuidada análise de mercado a empresa promotora poderá verificar se a implementação da sua candidatura de incentivos terá a aceitação deseja por parte do mercado (seja ele nacional ou internacional).

Uma possível conclusão: a contratação de uma empresa de consultadoria de incentivos para os seus projectos pode parecer não necessária, mas vale a pena correr o risco de ver os seus projectos estratégicos não aprovados?

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